Vergonha

A primeira coisa que pensei sobre essa crônica foi no título. Levar roda dos reservas do Nacional dentro de casa é vergonhoso. Fazer 54 passes errados e 21 cruzamentos errados, é vergonhoso. Errar 5 gols na cara das traves é vergonhoso. E mais que tudo, alcançar a segunda melhor campanha geral, a que dará quase todas as decisões em casa daqui pra frente, vencendo um jogo roubado, é muito mais vergonhoso.

E vêm aqueles que dizem: pô, ganhamos, estamos classificados, tivemos várias oportunidades! Eu sei, meus caros, não sou cego. Mas também não sou cego para ver o que não está escrito. Sistematicamente arregamos depois de fazer o primeiro gol, isso é coisa de time soberbo. Em quase todo segundo tempo, fomos o Grêmio do Renato, fazendo jogo-balão. São comportamentos para se estudar psicologicamente, não pode ser natural tanta displicência, tanta inconsequência tão claras nos dois gols feitos perdidos no fim do jogo. A vontade que tive foi de dar um tapa na cara do Deretti e do Barcos. Não aceito medir o jogo como bom porque criamos oportunidades, que não foram convertidas. O que vale é bola na rede. Vergonhoso.

Se não vou falar do jogo em si? Morno. Não fomos o mesmo Grêmio, que tem se imposto, que controla o jogo. Começamos pressionando razoavelmente até o pênalti no Barcos, claríssimo. Menção honrosa para o Bandeira que justificou os bagos que tem e correu para a linha de fundo acusando a falta. Cobrança bem feita, porque entrou. Então, vem a soberba, deixando o Nacional jogar e nos fazer pressão.

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Torcida feliz, espírito de raça, assim que jogamos! Foto: Richard Ducker/Frame

Esperançoso para o segundo tempo estive, acreditando que Enderson daria um chacoalhão na pangarezada no vestiário. A volta foi a mesma, Ruíz mal tocou na bola, os Três Mosqueteiros não armaram nem suas barracas, Barcos tentava qualquer coisa e Dudu seguia correndo como se não houvesse amanhã. Então vem outro pênalti claríssimo, na minha opinião, por mão de Dudu na bola, juizão não marcou e minha vergonha transbordou. As substituições não surtiram qualquer efeito e dúvida que me veio é: sentimos uma síndrome de abstinência de Luan? Ou mesmo de Zé? Acredito que sim, o papel foi dado a Ruíz, que não correspondeu.

Para não dizer que não falei de flores, classificados estamos com a segunda melhor campanha, isso é considerável. Decidiremos quase todos os confrontos em casa e não me venham com papinho de que isso não importa. Não importa pra quem não vai decidir. Que venha o San Lorenzo, time a ser muito respeitado, mas já matamos o grupo da morte, ninguém nos põe medo, eles que o tenham de nós. Mas é preciso algumas sessões de terapia pra essa galera, o comportamento de hoje não leva longe.

Menção DESONROSA: os putos que brigam da Geral, 3 deles já condenados a não frequentar o estádio, mais uma vez podem ferrar com o Grêmio. Deve lhes faltar pica no rabo, ou são uns pau mole, que brigam pra defender um pangaré que já morreu. Noriega deu ótima sugestão: entrar com ação civil contra eles cobrando os danos financeiros, caso percamos mando de campo, por exemplo. Lhes cobre a renda, 2 milhões em um jogo de oitavas, pra ver se ainda terá imbecil fazendo o mesmo. Discutimos como solucionar o controle da entrada e o Amigo Martin deu ótima ideia: ligar o ingresso comprado à digital da pessoa, sendo que na compra do ingresso se verifica sua identidade e permissão para entrar no estádio. Assim, poderíamos controlar os vândalos, mesmo aqueles que ainda não foram condenados, baderneiros e afins. A dificuldade seria na compra, mas nada se resolverá sem algum esforço.

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